Há umas semanas atrás, tive a oportunidade de promover em Lisboa um debate sobre as Universidades que queremos para o futuro, em Portugal. O tema do ensino superior, em si, tem sido alvo de discussões infindáveis, sempre à volta das questões da autonomia, do financiamento ou da qualidade do ensino prestado.
Ora, num momento em que as universidades portuguesas têm de competir a nível europeu e mesmo global, com os recursos escassos que conhecemos, o diagnóstico foi fácil de efectuar, em termos dos desafios profundos a serem enfrentados:
Primeiro, a maior abertura das universidades ao seu meio envolvente, integrando entidades externas (empresas, associações, fundações, instituições públicas…) nos seus processos de decisão, construindo parcerias, prestando mais serviços à sua comunidade (ex. consultoria), promovendo assim também receitas próprias. A Universidade do Porto, com a sua EGP (Escola de Gestão), foi um bom exemplo focado, com o grande envolvimento das maiores empresas da região a presença de alguns dos seus programas de formação nos rankings mundiais.
Depois, reforçar a sintonia entre o conhecimento e as competências que são trabalhadas nos cursos e aquilo que é exigido nos mercados de trabalho. É essencial, mais do que nunca, mapear empregabilidade e saídas profissionais para percebermos se estamos a investir nas áreas certas. Será também útil a existência de órgãos de aconselhamento que apontem tendências e necessidades de competências para o futuro. É ainda essencial investir na aplicabilidade prática da investigação – temos excelentes resultados em termos da evolução do número de investigadores e da produção científica mas péssimos indicadores na utilização empresarial dessa mesma inovação. Por último, ter a ambição de criar centros de excelência de nível mundial, de modo a começar a exportar serviços de formação - a Universidade Católica, com o seu projecto específico na área do Direito (Global School of Law), que é um caso de sucesso reconhecido internacionalmente, com várias dezenas de estudantes de todo o mundo.
Enfim, há que conciliar o papel da Universidade como centro de inovação e produção de conhecimento com a prestação de serviços de formação ao longo da vida. Haja visão e ambição e, este sector que muitos apenas vêem apenas como fonte de problemas, pode ser uma das áreas de sucesso do Portugal do século XXI.
Carlos Sezões
Gestor
Ora, num momento em que as universidades portuguesas têm de competir a nível europeu e mesmo global, com os recursos escassos que conhecemos, o diagnóstico foi fácil de efectuar, em termos dos desafios profundos a serem enfrentados:
- A necessidade de uma relação mais intensa e próxima com o meio económico e social envolvente;
- Conciliar um ensino superior de massas com a necessidade de se balizar em níveis de exigência elevados, produtores de elites empresariais, sociais e políticas;
- Orientar os professores, simultaneamente, para os papéis de “geradores de conhecimento”, com foco na investigação, e de “promotores de aprendizagens”, com foco nos estudantes – como os devidos reflexos nos sistemas de avaliação de desempenho.
- Internacionalizar, construir uma oferta global e atrair, de modo eficaz, bons alunos e professores.
Primeiro, a maior abertura das universidades ao seu meio envolvente, integrando entidades externas (empresas, associações, fundações, instituições públicas…) nos seus processos de decisão, construindo parcerias, prestando mais serviços à sua comunidade (ex. consultoria), promovendo assim também receitas próprias. A Universidade do Porto, com a sua EGP (Escola de Gestão), foi um bom exemplo focado, com o grande envolvimento das maiores empresas da região a presença de alguns dos seus programas de formação nos rankings mundiais.
Depois, reforçar a sintonia entre o conhecimento e as competências que são trabalhadas nos cursos e aquilo que é exigido nos mercados de trabalho. É essencial, mais do que nunca, mapear empregabilidade e saídas profissionais para percebermos se estamos a investir nas áreas certas. Será também útil a existência de órgãos de aconselhamento que apontem tendências e necessidades de competências para o futuro. É ainda essencial investir na aplicabilidade prática da investigação – temos excelentes resultados em termos da evolução do número de investigadores e da produção científica mas péssimos indicadores na utilização empresarial dessa mesma inovação. Por último, ter a ambição de criar centros de excelência de nível mundial, de modo a começar a exportar serviços de formação - a Universidade Católica, com o seu projecto específico na área do Direito (Global School of Law), que é um caso de sucesso reconhecido internacionalmente, com várias dezenas de estudantes de todo o mundo.
Enfim, há que conciliar o papel da Universidade como centro de inovação e produção de conhecimento com a prestação de serviços de formação ao longo da vida. Haja visão e ambição e, este sector que muitos apenas vêem apenas como fonte de problemas, pode ser uma das áreas de sucesso do Portugal do século XXI.
Carlos Sezões
Gestor